Para Hogan, a
submissão está na outra extremidade com relação à dominação. A linguagem
corporal da submissão transmite mensagens corporais que você reconhece e/ou
permite que o outro detenha o controle. Entre os animais esse tipo de
comportamento submisso é comum: desde o lobo que se deita e revela a barriga em
sinal de submissão ao líder da alcateia, ao cavalo selvagem que bate em retirada
quando outro mais forte assume o comando.
Entre os seres
humanos, os mesmos tipos de comportamentos também sinalizam submissão. Abaixar
o corpo, desviar o olhar ou sair do caminho são sinais não verbais poderosos
que transmitem mensagem de submissão.
ABAIXAR O CORPO – Quando uma pessoa se abaixa, naturalmente eleva a posição do outro.
E, como a elevação é sinal de dominação, uma opção consciente por uma posição
inferior transmite uma mensagem de aceitação ao papel secundário e de
reconhecimento da dominação do outro.
Vejamos o que
acontece no Japão. A forma tradicional de saudação envolve a inclinação do
corpo, mas a intensidade desse gesto revela dominação ou submissão. Em um
ambiente de trabalho, um profissional curva-se pra cumprimentar um gerente ou
superior imediato, mas o movimento é bem maior se a pessoa saudada for o
presidente da empresa. No Japão antigo, o método de saudação por meio de
inclinação do corpo era um código adotado pelos samurais rivais, e muitos
conflitos tiveram início a partir de “insultos” como uma inclinação considerada
insuficiente ou não respeitosa o bastante.
No Ocidente,
essa forma de “redução” ocorre nos gestos de se ajoelhar, fazer uma reverência,
abaixar a cabeça ou senta-se. Lembra-se de quando era de bom-tom que um homem
tirasse o chapéu para saudar uma dama ou uma pessoa mais importante? O
princípio era o mesmo, pois tirar o acessório é uma forma de “perder” altura. A
saudação militar (bater continência) tem origem nessa saudação: levar as mão à
testa simboliza a remoção do chapéu diante de uma pessoa hierarquicamente
superior.
Entre as
crianças, é comum observar esse comportamento quando são repreendidas pelos
pais. A criança pode se afundar em uma cadeira ou sentar-se no chão, em sinal
de submissão ao adulto. A maioria dos adultos também age da mesma maneira, seja
no ambiente de trabalho, em uma atividade em grupo ou diante dos próprios pais.
DESVIO DO OLHAR – O contato olhos nos olhos em geral sinaliza confiança, mas se for
direto pode assumir o significado de desafio ou agressão. De volta ao mundo
animal, quando dois linces rivais se encontram, fixam o olhar um no outro.
Nenhum deles quer desviar para não transmitir sinais de submissão.
Entre as
pessoas, o desvio-do-olhar é um recurso bastante usado com fins de sedução. Uma
mulher olha rapidamente nos olhos de um homem e desvia o olhar para baixo, o que significa
que aprecia uma iniciativa de aproximação da parte dele. Em uma reunião, quando
o superior começa a criticar ou repreender alguém, essa pessoa pode desviar o
olhar em sinal de submissão às palavras do chefe. É provável que a maioria dos
demais faça o mesmo, reconhecendo a autoridade do superior e desejando não se
tornar objeto de reprovação.
As crianças que
encaram outras crianças estão disputando o papel de dominador. Quem desvia o
olhar é considerado submisso, enquanto o outro assume o controle. Esse
comportamento é bastante comum entre familiares, ambiente no qual as crianças
mais velhas querem dominar e as mais jovens lutam por algum espaço. As duas
partes se encaram para definir os papéis.
AFASTAMENTO – É provável que, em algum momento de sua vida, seus pais ou um
professor tenham recomendado que você se afastasse quando outra pessoa quisesse
iniciar uma briga ou discussão. Por quê? Porque o afastamento é um sinal de
submissão, pois deixa claro que uma das partes não deseja conflito.
Ao se afastar do
outro, seja recuando ou dando passagem, você está abrindo mão da sua posição
para que a outra pessoa ocupe espaço. Mesmo que a iniciativa dure apenas alguns
instantes, o movimento de ampliação da distância revela submissão.
Mais uma vez, o
mundo das crianças oferece um excelente exemplo prático. Quando dois pequenos
discutem, brigam ou se provocam, um dos dois acaba desistindo. Ele pode correr
para brincar no playground, ir para o
quarto e fechar a porta ou apenas se afastar.
Os adultos fazem
a mesma coisa no trânsito. O que acontece quando você está dirigindo e outro
motorista tenta entrar na mesma pista? Se ele parece avaliar sua velocidade e
reduzir o próprio ritmo para entrar atrás do seu carro, sem problema. Mas, se
ele se esforça para ganhar velocidade e entrar na sua frente, você precisa
decidir, acelera e não permite que ele se posicione na sua frente ou reduz o
próprio ritmo e facilita a entrada? Neste caso, você permite que o outro ganhe
uma pequena vitória e evita um confronto maior.
Confira também os outros grupos sociais de gestos (clique aqui)!
FONTE:
Kevin Hogan - A Linguagem Secreta dos Negócios
Hipnose Conversacional
sábado, 23 de novembro de 2013
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