sábado, 23 de novembro de 2013

Linguagem Corporal: Como Saber se Sou Submisso?

A Linguagem Corporal da Submissão é um dos grupos sociais de sinais (clique aqui para ver os outros grupos).

Para Hogan, a submissão está na outra extremidade com relação à dominação. A linguagem corporal da submissão transmite mensagens corporais que você reconhece e/ou permite que o outro detenha o controle. Entre os animais esse tipo de comportamento submisso é comum: desde o lobo que se deita e revela a barriga em sinal de submissão ao líder da alcateia, ao cavalo selvagem que bate em retirada quando outro mais forte assume o comando.




Entre os seres humanos, os mesmos tipos de comportamentos também sinalizam submissão. Abaixar o corpo, desviar o olhar ou sair do caminho são sinais não verbais poderosos que transmitem mensagem de submissão.

ABAIXAR O CORPO – Quando uma pessoa se abaixa, naturalmente eleva a posição do outro. E, como a elevação é sinal de dominação, uma opção consciente por uma posição inferior transmite uma mensagem de aceitação ao papel secundário e de reconhecimento da dominação do outro.



Vejamos o que acontece no Japão. A forma tradicional de saudação envolve a inclinação do corpo, mas a intensidade desse gesto revela dominação ou submissão. Em um ambiente de trabalho, um profissional curva-se pra cumprimentar um gerente ou superior imediato, mas o movimento é bem maior se a pessoa saudada for o presidente da empresa. No Japão antigo, o método de saudação por meio de inclinação do corpo era um código adotado pelos samurais rivais, e muitos conflitos tiveram início a partir de “insultos” como uma inclinação considerada insuficiente ou não respeitosa o bastante.


No Ocidente, essa forma de “redução” ocorre nos gestos de se ajoelhar, fazer uma reverência, abaixar a cabeça ou senta-se. Lembra-se de quando era de bom-tom que um homem tirasse o chapéu para saudar uma dama ou uma pessoa mais importante? O princípio era o mesmo, pois tirar o acessório é uma forma de “perder” altura. A saudação militar (bater continência) tem origem nessa saudação: levar as mão à testa simboliza a remoção do chapéu diante de uma pessoa hierarquicamente superior.







Entre as crianças, é comum observar esse comportamento quando são repreendidas pelos pais. A criança pode se afundar em uma cadeira ou sentar-se no chão, em sinal de submissão ao adulto. A maioria dos adultos também age da mesma maneira, seja no ambiente de trabalho, em uma atividade em grupo ou diante dos próprios pais.

DESVIO DO OLHAR – O contato olhos nos olhos em geral sinaliza confiança, mas se for direto pode assumir o significado de desafio ou agressão. De volta ao mundo animal, quando dois linces rivais se encontram, fixam o olhar um no outro. Nenhum deles quer desviar para não transmitir sinais de submissão.


Entre as pessoas, o desvio-do-olhar é um recurso bastante usado com fins de sedução. Uma mulher olha rapidamente nos olhos de um homem e desvia o olhar para baixo, o que significa que aprecia uma iniciativa de aproximação da parte dele. Em uma reunião, quando o superior começa a criticar ou repreender alguém, essa pessoa pode desviar o olhar em sinal de submissão às palavras do chefe. É provável que a maioria dos demais faça o mesmo, reconhecendo a autoridade do superior e desejando não se tornar objeto de reprovação.




As crianças que encaram outras crianças estão disputando o papel de dominador. Quem desvia o olhar é considerado submisso, enquanto o outro assume o controle. Esse comportamento é bastante comum entre familiares, ambiente no qual as crianças mais velhas querem dominar e as mais jovens lutam por algum espaço. As duas partes se encaram para definir os papéis.



AFASTAMENTO – É provável que, em algum momento de sua vida, seus pais ou um professor tenham recomendado que você se afastasse quando outra pessoa quisesse iniciar uma briga ou discussão. Por quê? Porque o afastamento é um sinal de submissão, pois deixa claro que uma das partes não deseja conflito.


Ao se afastar do outro, seja recuando ou dando passagem, você está abrindo mão da sua posição para que a outra pessoa ocupe espaço. Mesmo que a iniciativa dure apenas alguns instantes, o movimento de ampliação da distância revela submissão.

Mais uma vez, o mundo das crianças oferece um excelente exemplo prático. Quando dois pequenos discutem, brigam ou se provocam, um dos dois acaba desistindo. Ele pode correr para brincar no playground, ir para o quarto e fechar a porta ou apenas se afastar.


Os adultos fazem a mesma coisa no trânsito. O que acontece quando você está dirigindo e outro motorista tenta entrar na mesma pista? Se ele parece avaliar sua velocidade e reduzir o próprio ritmo para entrar atrás do seu carro, sem problema. Mas, se ele se esforça para ganhar velocidade e entrar na sua frente, você precisa decidir, acelera e não permite que ele se posicione na sua frente ou reduz o próprio ritmo e facilita a entrada? Neste caso, você permite que o outro ganhe uma pequena vitória e evita um confronto maior.





Confira também os outros grupos sociais de gestos (clique aqui)! 

FONTE:
Kevin Hogan - A Linguagem Secreta dos Negócios