No fim de novembro de 1958, gêmeos idênticos recém-nascidos foram entregues a um orfanato numa ilha ao sul do Japão.
Abandonada pelo pai das crianças, a mãe cometera suicídio após o nascimento dos bebês. Ela não conseguiu suportar a humilhação de ser mãe solteira.
Alguns meses depois, Claude Patterson, um sargento da Força Aérea americana que estava servindo no Japão, soube da história dos bebês. Ele e a esposa tinham grandes esperanças de adotar uma criança que pudessem levar para casa quando voltassem aos Estados Unidos.
Os Patterson se apaixonaram pelos meninos e solicitaram a adoção dos dois. Infelizmente, o orfanato permitiu que ficassem apenas com um, considerando que o mais velho já tinha sido prometido a outro casal.
Forçados a escolher entre separar os gêmeos ou procurar outro orfanato, os Patterson decidiram adotar o mais novo. Claude e a mulher o criaram no interior do Kansas e deram a ele um nome muito comum naquele país: Tom.
O mais velho também foi adotado por um casal americano, de Nova Jersey, que o chamou de Steve.
Durante os 40 anos que seguiram, Tom e Steve não tiveram contato algum entre si, pois nenhum deles imaginava que o irmão estava a seis estados de distância.
Cada um dos meninos cresceu sabendo que era uma das partes de um par idêntico, mas nenhuma das duas famílias tinha informações sobre o paradeiro do outro gêmeo. Durante a maior parte da vida, as buscas de Tom e Steve foram inúteis, uma vez que o orfanato japonês havia sido destruído por um incêndio logo depois de terem deixado o lugar.
Seus caminhos finalmente se cruzaram em 30 de junho de 1999. Pouco tempo antes, Steve descobrira, por meio de um banco de dados on-line sobre adoção, que seu irmão gêmeo tinha sido adotado em 1958 por alguém cujo primeiro nome era Claude e o sobrenome, Patterson, Patterson ou Paulson.
Steve mandou e-mails para todos que se enquadravam nesses critérios, mas não teve sorte. Então, enviou centenas de cartas – uma para cada Claude Patterson, Peterson ou Paulson cujo endereço conseguiu encontrar – pedindo informações sobre um gêmeo adotado no Japão em 1958.
Uma dessas cartas chegou às mãos do sargento reformado Claude Patterson, que ainda morava no interior do Kansas, próximo do filho, Tom. Quando leu a carta, Claude mal pôde acreditar. Seria aquele o menino que fora obrigado a deixar para trás havia mais de 40 anos?
Ele precisava descobrir. Foi direto para a casa do filho e eles ligaram para o telefone informado na correspondência. Menos de uma semana depois, Tom e Steve se conheceram no aeroporto da Filadêlfia.
Ao se verem pela primeira vez, os dois homens musculosos, vestindo moletom vermelho, ficaram parados em silêncio por um instante, avaliando-se um ao outro. Ambos ficaram impressionados ao perceberem que eram idênticos. “Eu não conseguia acreditar que ele era igualzinho a mim”, lembra-se Steve, “mas, os nossos dentes, se você olhar para eles, vai ver que são separados no mesmíssimo lugar. Nossa semelhança é impressionante. É como olhar para um espelho.”
Os gêmeos passaram quatro dias seguintes juntos, tentando recuperar 40 anos de separação. Não demoraram muito a descobrir que tinham bem mais em comum do que a aparência. Durante as conversas, os dois tinham a mesma postura: a cabeça inclinada para esquerda, a parte de cima do corpo retesada e as pernas acompanhando o ritmo de cada palavra pronunciada.
Apesar de terem sido criados em ambientes diferente – Tom em um lar cristão numa cidadezinha do Kansas e Steve numa família budista em um distrito de Nova Jersey -, suas vidas tinham seguido caminhos muito semelhantes.
Ambos haviam se casado com mulheres brancas, tinham dois filhos e deram um nome japonês ao primogênito e um americano ao caçula. Encontraram semelhanças inusitadas em tudo, desde a velocidade a que caminhavam até a maneira como organizavam a gaveta das meias. Essas semelhanças são convincentes, embora seja tentador classificá-las como fantásticas coincidências e desconsiderá-las.
Somente quando passaram a conversar sobre suas carreiras perceberam que as semelhanças não paravam por aí. Como muitas outras pessoas, eram fanáticos por esportes na infância. Embora os dois tenham praticado várias modalidades, a musculação os interessou de tal forma que os levou a escolher a mesma profissão: ambos eram donos de uma academia em sua respectiva cidade.
Por que decidiram escolher essa carreira? Eles adoravam manter o corpo em forma e tinham a disciplina necessária para ter um físico escultural. E, o mais importante, sentiam-se atraídos pela oportunidade de ajudar outras pessoas a alcançar a boa forma física.
A vida é uma estrada repleta de escolhas. Existe um número infinito de bifurcações que podem levar duas pessoas – mesmo gêmeos geneticamente idênticos – a caminhos diferentes.
Tom e Steve não tentaram ser iguais, nem foram criados em lares parecidos. Então, o que os fez seguir na mesma direção?
O fato de que os gêmeos tinham personalidades idênticas.
O mais enigmático elemento da mente, a personalidade, é tão fundamental em determinar quem somos a ponto de levar dois homens a sair da cama de manhã com as mesmas motivações, perseguir os mesmos interesses, escolher a mesma profissão e, por fim, chegar ao mesmo lugar na vida. Entendem a importância disso?
Em casa, na escola ou no trabalho, somos incentivados a nos esforçarmos e nos tornarmos aquilo que gostaríamos de ser. As pessoas dizem que o sucesso é uma questão de escolha, mas a incrível falha nessa afirmação é que, na verdade, temos pouca influência nesse processo.
Como um imenso pedregulho rolando ladeira a baixo, nosso destino é impulsionado por nossa personalidade – um grupo de características comportamentais que todos possuímos em graus variáveis. Como a tendência à introversão ou à extroversão, essas características influenciam nossa maneira de pensar, sentir e, por fim, agir.
Cada um de nós possuímos um perfil – que reflete nossa mistura individual de traços de personalidade – produzindo por padrões de pensamentos gravados no cérebro. Quando chegamos a idade adulta, esses padrões estão consolidados – são como canais que transportam nossos pensamentos, funis mentais pelos quais nossas escolhas devem passar.
A personalidade é o conjunto de nossas motivações, necessidades e preferências que serve como um mapa das nossas forças e fraquezas – o “código”, por assim dizer, de cada indivíduo.
Steve Tazumi e Tom Petterson não escolheram tomar caminhos idênticos na vida. Eles simplesmente seguiram seus corações e foram em busca das atividades pelas quais tinham interesse, aproveitaram as oportunidades pelas quais tinham interesse, aproveitaram as oportunidades que combinavam com seus talentos e se apaixonaram pelas pessoas que os fizeram se sentir completos.
Antes de se conhecerem, ambos se achavam mestres do seu próprio destino. Assim, foi incrivelmente perturbador para os dois encontrar, aos 40 anos, seus respectivos clones levando vidas muito parecidas, a seis estados de distância.
As vidas equivalentes de Steve e Tom foram impulsionadas por personalidades equivalentes, o que é incomum, mesmo no caso de gêmeos idênticos. A personalidade é a essência do caráter de uma pessoa e se revela em padrões previsíveis de tendências e comportamentos. Ela é a soma das nossas motivações, nossos desejos e nossas preferências que – uma vez compreendidos – fornecem um mapa dos nossos pontos fortes e fracos.
O cérebro é o órgão mais complexo dos seres humanos, por isso existem inúmeros métodos para se determinar como as pessoas pensam e o que motiva suas atitudes. A Programação Neurolinguística (PNL) é muito bem vinda nesse contexto. Isto, em função das 13 pressuposições que são os princípios centrais da PNL, sua filosofia orientadora, suas “crenças”.
Os princípios não são com certeza verdadeiros ou universais. Não é necessário acreditar que sejam verdadeiros. São dominadas “pressuposições” porque você as pré-supõe como sendo verdadeiras e depois age como se fossem. Basicamente, formam um conjunto de princípios éticos para a vida.
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Fontes:
Manual de Progamação Neurolinguística – Joseph O’ Connor
O Código da personalidade – Travis Bradberry
Hipnose Conversacional
domingo, 19 de junho de 2011
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