Já ouvi alguns pesquisadores da área da psicologia comportamental, precisamente Marcos Tadeu Cardoso, em entrevista ao MGTV, fazer menção a determinada postura adotada por alguém, julgando-a como errada. A questão não é tão simples para criar tal julgamento. Todos nós sentimos e reagimos conforme os sentimentos mandam. Entretanto, assim como parte da doutrina sobre o assunto, acredito que pessoas carregam traços de personalidade, esta que a indica como se sentir em determinada situação. A linguagem do corpo é o escape dessas emoções, a fuga. Neste sentido, torna-se presunçoso dizer que tal postura é errada, pois a pessoa simplesmente demonstra corpóreamente o que sente quando gatilhos emocionais são ativados. Ainda nesse contexto, com todo respeito, trocaria a palavra errada por inadequada.

Muitas pessoas ainda se perguntam como é possível, pela linguagem corporal, desmascarar mentiras. Neste trecho traduzido retirado do livro "Emotion Revealed", capítulo 3, Paul Ekman indica princípios sobre o fator de reações inadequadas em determinada situação. Transparecendo assim, que a pessoa possui três características com relação a inadequação das reações de alguém ao presenciar algum fato, ou algo que foi dito.
Antes de lermos o trecho do Ekman, observe que a figura ao lado, além de um amplo sorriso, o ex-presidente Reagan apertou os lábios, a partir do enrugamento no queixo, podemos também dizer que ele levou o lábio inferior para cima. A partir da fotografia, não podemos dizer se o músculo que orbita o olho estivesse atuando; Sorrisos miseráveis ocorrem tipicamente quando o verdadeiro prazer não está presente.
Emotion Revealed - Paul Ekman - Trecho traduzido do capítulo 3:
"Grande parte do tempo, para algumas pessoas o tempo todo, nossas emoções pode nos servir bem, mobilizando-nos a lidar com o que é mais importante na vida e nos fornecer muitos tipos diferentes de prazer. Mas às vezes as nossas emoções pode nos trazer problemas. Isso acontece quando nossas reações emocionais são inadequadas, em uma de três formas: Podemos sentir e mostrar a emoção certa, mas na intensidade errada, por exemplo, a preocupação era justificada, mas exagerou e ficou apavorado. Ou nós podemos sentir a emoção adequada, mas nós mostramos o caminho errado para acessá-las, por exemplo, nossa raiva era justificada, mas recorrer ao tratamento silencioso foi impresumível e infantil. Aqui e no capítulo 3, eu considero um terceiro tipo de reação emocional inadequado, aquele que é mais difícil de mudar e que é ainda pior do que os dois primeiros. Não é que a nossa reação é muito intensa, nem que a nossa maneira de expressá-la é incorreta, é que estamos a sentir a emoção completamente errado. O problema não é que temos tanto medo ou que nos mostrou o caminho errado, o problema é, como percebemos depois, que não deveria ter ficado com medo. Por que uma emoção inadequado é acionada? Podemos apagar um gatilho emocional completamente, assim, por exemplo, quando alguém corta a nossa frente na fila e não ficar com raiva? Ou podemos mudar a nossa reação emocional, para que nós nos tornamos divertido ou desdenhoso em vez de raiva quando corta alguém na fila? Se não podemos apagar ou mudar a nossa reação emocional a um gatilho, podemos ao menos enfraquecer seu poder e para que assim nós reagirmos de forma inapropriada? Estas questões não surgiriam se nós todos reagissemos da mesma forma quando algo aconteceu, se todos os eventos desencadeassem a mesma emoção em todos. Claro que não é o caso: algumas pessoas têm medo de alturas, outras não, algumas pessoas choravam a morte de a princesa Diana, como se fosse seu parente próximo, enquanto outros não poderiam ter menos cuidados."
"Emotion Revealed" - Paul Ekman
Hipnose Conversacional
sábado, 16 de abril de 2011
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